Como não tinha com quem conversar, então comecei a escrever e surgiu a ideia de criar um blog. O meu filho criou para mim e comecei a postar mensagens; histórias reais de guerreiras, receitas de doces e salgados, ementas, vídeos, planejamento, educação infantil enfim, tudo o que pude buscar nas minhas memórias e que pudessem servir de inspiração, motivação e troca de experiências.
Em Fevereiro voltamos a Portugal para renovação de vistos e enfrentamos de novo longas filas de espera no Consulado até que conseguimos. Neste período o meu filho decidiu ficar em Portugal a morar, trabalhar e namorar, tentamos convencê-lo a voltar, mas não adiantou. Fui orientada para deixar o meu filho viver a vida dele quando fomos para a Espanha, porque os filhos não são nossos, são de Deus e não podemos guardá-los para nós e eu concordei, porque também já pensava assim. Mas Espanha era logo ali, Angola era no mínimo sete horas de voo, eu pensei que estava preparada para este acontecimento, mas a realidade foi outra bem diferente, tentei mentalizar o dia da partida e ser forte… forte que nada, no próprio Aeroporto comecei a chorar e fiz aquele “papel de mãe”, a minha mente mandava eu parar, as pessoas estavam olhando, mas o meu coração sentia e chorava, meu marido me abraçou e disse: isso vai passar, você vai superar… eu sei que vai passar, enxuguei as lágrimas, respirei fundo, tomei uma água e fui embora, ainda bem que dormi o voo todo.
Chegamos sábado de manhã, fomos resolver algumas coisas, supermercado, desfazer as malas, almoçar e depois fui dormir um pouco a tarde, acordei com tanta saudade do meu filho que comecei a chorar sem parar, fui ao banheiro, liguei o chuveiro e tomei um banho frio, mas não conseguia parar de chorar, não entendia a minha reação, só sei que a saudade dói imenso e a minha mente foi buscar lembranças da infância do meu filho para me atormentar no presente momento, sai do banho e fui buscar consolo no meu marido, eu sabia que tudo iria passar, mas era preciso tempo.
Para quem conhece o Bruno vai entender um pouco do que vou dizer, ele não é apenas meu filho, ele é meu amigo, companheiro, confidente, sempre foi um filho presente em momentos difíceis de nossas vidas, ele aprendeu comigo, mas muitas vezes também me ensinou, ele é um presente de Deus para nós.




E esse amor especial de mãe e filho que eles têm é lindo, não apenas mãe e filho mas acima de tudo grandes amigos… foi também muito difícil para ele essa separação, muitas vezes me dizia que sentia muitas saudades dos pais… sinceramente um exemplo de família 😀
Uma família que amo 😀
Olá, D. Silvia.
Como eu entendo a sra. aconteceu o mesmo com o meu marido e eu quando o nosso filho foi viver para Portalegre e depois para Lisboa, o meu ia ao quarto dele e chorava de saudades dele,pois ele estava muito apegado a ele por serem grandes amigos e passavam horas na conversa. Eu entendi mas também foi difícil para mim. Um grande abraço.
Fátima Gomes (Figueira da Foz).